O meu coração...

Um pequeno aviso: este post vai ser random ao máximo, estou a sentir demasiadas coisas e só quero escrever tudo...

Primeiro queria pedir desculpa por não ter havido Fashion Friday, este fim de semana foi a maior confusão da minha vida. Passei sexta à noite e sábado a vomitar. Eu sei, eu sei, a culpa é minha por ter obrigado o Totó a levar-me a comer lasanha (que eu amo) nos tempos que correm e com as notícias todas sobre a carne picada na lasanha. Mas eu estava com desejos a mais de comer a minha comida favorita, escusado será dizer que já não o é. À tarde de sábado comecei a ficar quente, as minhas pernas tremiam e eu não conseguia controlar, estava sozinha em casa e o meu pai veio-me buscar, dormi, deu-me torradas sem manteiga e à noite o apetite tinha voltado. Esta foi a parte má.

Ao mesmo tempo, uma coisa (alegadamente) insignificante aconteceu. Eu andava sempre com um colar com um pequeno coração ao pescoço. Não costumo gostar desse tipo de colares, mas este era importante para mim... No verão de 2010 quando fui a Inglaterra fazer um curso de inglês, conheci das pessoas mais maravilhosas de sempre. Fiz grandes amizades com duas portuguesas e duas brasileiras (como podem ver, não falei muito inglês). No ano seguinte, as duas brasileiras estavam para nos vir visitar a Lisboa, mas só uma pode vir, no entanto a Giulia mandou-me uma caixinha com um laço roxo. Abri e aquilo tinha pequenas prendinhas lá dentro, gestos simples, nada de especial, mas que surtiram em mim um efeito tão poderoso que só de recordar o momento em que abri a caixa cuidadosamente me dá vontade de chorar. No embrulho onde vinha o colar dizia "Tenho um igual e dei outro à Inês para estarmos sempre juntas apesar de estarmos longe. Use-o quando tiver saudades minhas ou quando se sentir triste". Não me recordo exatamente das palavras, mas a intenção está lá. No outro dia o colar partiu-se, eu sei que posso mudar o fio, mas enquanto ele não está arranjado sinto-me nua sem ele, vazia sem o meu pequeno e lindo coração ao pescoço.

Bem, voltando ao Totó, começo a ficar triste e estranha outra vez. Sem uma palavra minha ele parece conhecer-me só pela maneira como ajo. A minha carapaça dura começa a amolecer e eu não gosto. Ele diz que eu só sou má por fora, para afastar as pessoas, e que sou demasiado sensível por dentro. Bingo! Ele acertou completamente, mas eu não gosto disto, de sentir que a outra pessoa me conhece, de me sentir exposta e frágil. Ele vê os comprimidos na minha mesinha de cabeceira, todos os dias pergunta o porquê. Mal ele sabe, mal ele sabe que faz tudo parte dos demónios que escondo, das lágrimas que deitei estes anos todos, das amigas que não me deram valor nem me ajudaram quando mais precisei. Tomo comprimidos pelas bebidas a mais que tomei, pelas horas de esquecimento total, pelos outros comprimidos que quis tomar. Outros, esses, que iam acabar com tudo o resto. Estes apenas me fazem lembrar das coisas calmamente. Quero dizer-lhe, quero que ele me conheça, mas tenho medo. 

I want to hide the truth

I want to shelter you

But with the beast inside

There's nowhere we can hide

(...)

When you feel my heat

Look into my eyes

It's where my demons hide

It's where my demons hide

Don't get to close

It's dark inside

It's where my demons hide

It's where my demons hide

 

Esta´música lembra-me dele, porque a adoro (Demons, Imagine Dragons) e a ouvi a primeira vez com ele. Mal vi a letra, parecia destino, é exatamente isto que eu sinto. Eu quero esconder a verdade, quero protegê-lo. Quero proteger-me.