13 abril 2010

Cor-de-rosa?


Da última vez que te vi corrias no meio da floresta. De repente desapareceste e deixaste no ar um perfume adocicado e rosa. Procurei-te no meio das árvores, das plantas e dos animais que de certeza me olhavam como louca. Apenas vi o trilho que deixaste e um caminho vazio era tudo o que via. Deixei-me cair no chão e fiquei a olhar para o céu e para as copas das árvores que começavam a ter um tom floreal nos ramos. Pequenas flores cor-de-rosa caiam como se de penas se tratassem à minha volta, formando os meus contornos na terra.
Fez-se tarde e tive de ir, abandonei-te é certo, mas bem sei que a floresta te tratou bem. Sei porque pedi às flores que seguissem o teu perfume e que protegessem o teu contorno como me tinham protegido a mim.
Desde esse dia que tenho voltado à floresta todos os dias. Nunca te vi, nunca te senti, mas cheirei-te. Senti-te ao meu lado e nada estava lá.
No outro dia vi as flores a formarem um contorno no ar. Reparei que esse controno te assentava perfeitamente, corri ao seu encontro e à chegada sofri uma desilusão, as flores pairavam no ar, à volta de um vazio.
O perfume rosa era mais intenso nesse local, mas mais do que um perfume eu queria-te.
Nunca mais voltei à floresta.
Aguardo por um final cor-de-rosa. Por um sonho teu.

4 comentários:

  1. Sem palavras, está perfeito *.*
    Mafs*

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  2. Maria:

    Mais uma vez, como ja o disse, fiquei impressionada com a maneira como escreve... E impossivel ficar indiferente a tanta imaginaçao, magia, emoçao, surpresa, misterio, beleza... Este texto particularmente fez-me recuar ate a minha infancia e recordar bons momentos que passei nessa idade, sonhos que tinha e que estao por concretizar mas que um dia os espero ver realizados. Acho que a Maria devia pensar em escrever um livro para crianças, jovens, adultos, idosos... Tenho a certeza absoluta que iria ser um sucesso e alcançaria os tops de vendas de livros!

    Um beijo mágico...
    **Marta**

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  3. Marta,
    Agradecida pelo seu comentário! Vou pensar nessa hipótese, talvez a siga. Ainda tenho muito tempo para escrever imensos livros. Se por acaso escrever espero que aconteça o que a Marta acaba de dizer... O top de vendas vinha mesmo a calhar!

    Um abraço caloroso,
    Maria

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